Quando vejo fotos, sei lá,
acho que um sentimento nostálgico me consome,
é algo que perturba estranhamente a minha massa
cinzenta,
é tão intenso, que o reencontro com as lembranças
daquilo que outrora vivi
não é o suficiente para aquilo que agora me devora
desista de mim.
Passo a partilhar então de um certo ceticismo
imediato,
preciso de provas para acreditar em todos os
relances, todos os fatos
e entender tudo que já aconteceu,
até o que deveria ser esquecido, reivindica ser
lembrado.
Lembro-me de cada lágrima, cada sorriso, cada amigo
sincero, cada “amizade” desfeita, cada tombo, cada conquista, cada romance,
tudo aquilo que me fez bem e até o que me fez mal,
cada uma dessas lembranças vem até mim.
De uma coisa então passo a ter certeza. Tudo isso me
pertenceu um dia, mas agora o tempo já passou, as coisas
mudaram e as pessoas já demonstram não serem mais as
mesmas.
Deveria ficar triste por isso.
Só deveria, mas não fico, não me permito,
simplesmente porque eu recordo
que tudo isso é meu passado, há muito que vale ser
lembrado, mas a partir de agora existirão outros sonhos, outros momentos,
outros lugares e se preciso for também serão outras pessoas, mas aqueles que
nos permitem chamar de amigos ainda serão os mesmos, e nisso tudo percebo que ainda
possuo motivos para sorrir.
O porquê de tudo isso?
Simplesmente porque vi fotografias.
Coisas simples e não menos importantes nunca podem
ser esquecidas.
Por: Kennedy' sena